quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

 Algumas pessoas vivem em busca de respostas, outras vivem fugindo delas. Algumas pessoas vivem para fazer sorrir, outras se incomodam com a felicidade. Algumas pessoas guardam lembranças, outras preferem apagar-las. Hoje eu sei que as lembranças ruins podem machucar, mas sei também que as boas podem ser muito mais dolorosas. Na maioria das vezes, nós não acreditamos no que vemos e sim no que sentimos. Nosso coração involuntariamente engana nossa mente. Na verdade é uma necessidade e não uma possibilidade é uma questão de sobrevivência. Você sabe perfeitamente qual é a caminho a seguir, mas caminha em direção oposta, por simples necessidade de sentir. 
Não me arrependo de nada do que fiz! Eu só lamento o tempo que desperdicei com as pessoas erradas.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Fizeram a gente acreditar

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos.Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade.
Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo.
Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.
Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava.
Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.
Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto.
Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade.
Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.
Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente.
Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém.



John Lennon

o contrário do amor

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.

Martha Medeiros

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Amor Estranho - Renato Russo

Me desculpe, mas devo ir embora
Eu sabia que era uma mentira
Quanto tempo Perdido atrás de você
Que promete e nunca muda
Estranhos Amores que nos colocam em problemas
Mas na realidade somos nós.

E na espera de um telefonema
Brigando para que esteja livre
com o coração no estomago
e um nó na garganta
ali sozinho, dentro um arrepio,
mas porque ele não esta

E são estranhos amores que
nos fazem crescer e sorrir
entre lágrimas
Quantas páginas para escrever,
sonhos livres para dividir.
E são amores normais a esta idade
que se confundem dentro da alma
que se interroga sem se decidir
se é um amor para nós

E quantas noites perdidas a chorar,
relendo aquelas cartas
que não consigo jogar fora
no labirinto da saudade
grandes amores que terminam
mas porque ficam no coração

Estranhos amores que vão e vem
nos pensamentos se escondem
histórias verdadeiras que nos pertencem
mas se perdem como nós

amores estranhos, frágeis
prisioneiros livres
amores estranhos que nos colocam em problemas
mas na realidade somos nós

amores estranhos, frágeis
prisioneiros livres
são amores estranhos que não sabem viver
e se perdem dentro de nós

me desculpe, mas devo ir embora
desta vez é uma promessa
porque eu quero um amor verdadeiro
sem você.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010


Às vezes eu ainda me lembro da epoca em que eu vivia por aí, sofrendo por quem não me dava valor. Mas eu cansei, cansei de perder parte da minha vida por pessoas que não me mereciam. Hoje eu quero ser feliz, sem compromisso, com as minhas amigas, tratando minha vida como ela merece, me tratando como eu mereço. Não, eu não estou mais aí pra nada, eu apenas quero dançar até que o proximo dia chegue. Eu quero ser feliz, mto feliz, até ao ponto de ser feliz eternamente.

O que revistas femininas deveriam receitar é:

não acredite em tudo o que ouve. Nem em tudo que diz. Suspenda a descrença quando quiser prazer. Não subestime os outros,nem os idolatre demais. Seja educada, mas não certinha. Faça coisas que nunca imaginou antes. Não minta, nem conte toda verdade. Dance sozinha quando ninguém estiver olhando. Divirta-se enquanto seu lobo não vem!

Enquanto a maioria das mulheres sonham com amores perfeitos, homens que abrem a porta do carro, mandam flores e pagam a conta, eu vivo a realidade das baladas intermináveis, das cervejas geladas e da minha independência. Eu prefiro dançar uma noite inteira, do que discutir uma relação por horas, eu prefiro sentar em um barzinho, falando abobrinhas com meus amigos do que bater boca. Afinal, nós também podemos desligar o celular quando estamos com nossas amigas, dar um tempo para encher a cara, olhar para os homens bonitos na rua. Já se foi a ilusão desse ideal de homem, a vida agora é outra. Os tempos mudam, a gente também. 
Eu não ligo muito se vai chover ou não - normalmente o guarda-chuva vive perdido em cantos que nem desconfio. Não me interessa se faz frio ou calor, e se essa música não faz sucesso. Eu não compro roupas caras, nem os perfumes mais famosos. Não venero artistas, não gosto de várias coisas que fazem bem. Eu sofro pelo que não vale a pena mesmo, eu corro atrás de causas impossíveis e sou contra o uso de pele animal. Não sou afiliada a nenhum partido político, não sou do greenpeace, e nunca ajudei uma velhinha a atravessar a rua, e nunca acreditei que amor se explica com palavras. E se sou errada, e daí? Sinceramente, até hoje ninguém me provou que o contrário disso tudo é o certo. 

Minhas certezas vagam no meu passado, e o meu presente não passa de meia dúzias de mentiras e um cara que você provavelmente se apaxonaria. Eu queria ser diferente, mas quando vejo todos os outros penso que nunca conseguiria ser tão igual. Guardo um segredo que talvez você precise saber nesse exato momento: Dentro de mim existe um mundo imaginário repleto de borboletas que queimam.
Elas nascem no meu estômago, e em algum momento migram para o meu coração – quando eu percebo sempre é tarde demais. Nessa exato momento elas estão se movimentando, talvez querendo dizer alguma coisa. Nunca as entendi de verdade. As mais velhas morrem quando outras menores nascem no estômago, e é nesse ciclo vicioso que resumo minha vida sentimental dos últimos anos. Porque borboletas? Elas vivem tão pouco. Não é justo o símbolo do amor ser o coração, quando o meu dói eu mal consigo parar de chorar. No breve momento em que elas vivem no estômago é quando eu finalmente consigo descobrir o significado da palavra felicidade. Porque não assim? Eu estômago você, eu ainda estômago você. Aproveite enquanto você ainda perde a fome por amor, corações são famintos e se alimentam de almas.
(Bruna Vieira)